Comboio de Cordas
(Sandro Dornelles)
Quando a unha estala
E propaga o som
O chicote se cala
E quem fala é o dom.
Onde o mais desatento
Tá de ouvido em pé
Contentamento em si
Sol, lá, mi, fá, dó, ré.
É a hora em que o mundo se acorda
Chegou o Comboio de Cordas!
Quando a prima ponteia
E retruca o bordão
São as cordas na veia
De um só coração.
São os dedos tramando
Nos teatros e praças
Pra seguir arrumando
Ao fazer arruaça.
É uma bem feitoria da horda
Chegou o Comboio de Cordas!
Quando o inexplicável
Que se pega no ar
Vira algo palpável
Som de onda no mar.
Onde a eterna procura
Do ofício compor
Vira fruta madura
Onde Deus beija a flor.
É o amor que em acordes transborda
Chegou o Comboio de Cordas!
Quando bate o cansaço
Tem mais show, violão
Pelas trilhas do braço
Recarregue a emoção.
Onde a linha da vida
Nos indica o caminho,
No Comboio a saída
Pra não ser mais sozinho.
É a harmonia de mãos que transporta
Chegou o Comboio de Cordas!
Sandro Dornelles é compositor e letrista, escreveu em 09/maio/2012 este poema após assistir o show do Comboio de Cordas no Teatro da Vila.
Suas palavras: “(…)parabéns pelo show e pelo projeto corajoso e necessário. Acordei com o show, e com a conversa depois do show, na cabeça e só sosseguei quando escrevi uma letra pro Comboio!”
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